SÓ PRA TROCAR FIGURINHAS, TAREFINHAS, HISTORINHAS...

Dia desses, numa aula, aproveitei uma música que os alunos estavam cantando pelos corredores em tom de galhorfa. Era quase carnaval e a música buscava ritmo através de três diminutivos (bicicletinha, sainha e calcinha... ou coisa parecida, não lembro bem). A aula era sobre as concepções sociais, políticas, filosóficas etc, que se escondiam por trás daquilo que lemos e vemos em nosso cotidiano. Que concepções estariam subjacentes às músicas que cantamos? Que concepções propagamos, através dessas músicas, sem nem perceber?
E aí aconteceu a ideia. Por que não aproveitar essas CONVERSAS DE CORREDOR, num blog, para troca de figurinhas? Talvez seja interessante reproduzir aqui algumas das curiosas (e fazendo uso do ritmo à lá 'inha') historinhas que nós professores vivenciamos pelos corredores das escolas onde trabalhamos... Taí, então, vamos ver no que dá.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A primeira impressão...

O homem olhava o casal na mesa ao lado. Os dois conversavam animadamente. Trocavam olhares, havia cumplicidade no ar. "São namorados", pensou o homem consigo mesmo, feliz diante de sua perspicácia. E riu.
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Mas o moço não beijava a moça. Nem ela fazia nenhuma carícia mais ousada, explícita, que pudesse comprovar a suspeita. "Devem estar se conhecendo. Ainda não rolou, mas vai rolar", pensou consigo mesmo, satisfeito. E riu.
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Os olhares de cumplicidade continuavam. A conversa parecia não ter fim. Havia carinho também, era vissível. Pediram um prato de filé com fritas. Dividiram-no. Ele passou-lhe um guardanapo sem nem ao menos ela pedir.
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O homem cansou de olhar. Estavam paquerando um ao outro, estava claro. Era óbvio, bastava prestar atenção na linguagem corporal.
Pagou, então, a conta e foi embora, observando o último gesto da moça.
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Os gestos
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A moça levantou delicadamente a mão e, pronunciando algumas palavras inaudíveis, com um sorriso tentador, arrumou a mecha de cabelo atrás da orelha. O rapaz sorriu.
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As palavras
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- ... e ganhei esses brincos de mamãe.
- São lindos, titia tem muito bom gosto mesmo. Eu vou ficar devendo seu presente... tô liso. Mas assim que der...
- Há, deixa disso, primo, que besteira!

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