O homem olhava o casal na mesa ao lado. Os dois conversavam animadamente. Trocavam olhares, havia cumplicidade no ar. "São namorados", pensou o homem consigo mesmo, feliz diante de sua perspicácia. E riu.
*
Mas o moço não beijava a moça. Nem ela fazia nenhuma carícia mais ousada, explícita, que pudesse comprovar a suspeita. "Devem estar se conhecendo. Ainda não rolou, mas vai rolar", pensou consigo mesmo, satisfeito. E riu.
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Os olhares de cumplicidade continuavam. A conversa parecia não ter fim. Havia carinho também, era vissível. Pediram um prato de filé com fritas. Dividiram-no. Ele passou-lhe um guardanapo sem nem ao menos ela pedir.
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O homem cansou de olhar. Estavam paquerando um ao outro, estava claro. Era óbvio, bastava prestar atenção na linguagem corporal.
Pagou, então, a conta e foi embora, observando o último gesto da moça.
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Os gestos
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A moça levantou delicadamente a mão e, pronunciando algumas palavras inaudíveis, com um sorriso tentador, arrumou a mecha de cabelo atrás da orelha. O rapaz sorriu.
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As palavras
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- ... e ganhei esses brincos de mamãe.
- São lindos, titia tem muito bom gosto mesmo. Eu vou ficar devendo seu presente... tô liso. Mas assim que der...
- Há, deixa disso, primo, que besteira!
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As pessoas gostam de ver amor (e sexo) em todo canto né?
ResponderExcluirFreud explica!